Trabalho fotográfico sobre algumas das experiências que vivi na Roménia durante a infância, mas que, transfiguradas, continuaram a reflectir-se, na minha vida adulta, cá em Portugal.
A ideia do projecto surgiu depois de uma das visitas mais recentes que fiz à aldeia onde cresci, durante a qual presenciei as tradições de Natal. Curiosamente, notei que, por instinto, cada fotografia que tirava me transportava para a minha infância e me revelava memórias antigas. Mergulhando melhor nestes momentos longínquos apercebi-me que, de uma forma ou outra, eles continuaram a perseguir-me, como num espelho labiríntico. Esta viagem, na qual as fotos foram captadas espontaneamente e sem uma intencionalidade concreta, espoletou uma segunda fase do projecto, em Portugal, onde, com o intuito de evidenciar a repetição cronológica dos momentos vividos, as fotografias foram produzidas premeditadamente e com uma narrativa intencional. De forma ténue e solta, comecei a organizar estas imagens e a destapar a história de uma mulher que se confronta, ao longo do tempo, com conceitos de autoridade, identidade e adaptação.
O título foi inspirado na lenda romena «Fata din Dafin» (A Fada do Loureiro), que conta a história de uma fada cujo corpo era um tronco de loureiro e que se apaixona por um príncipe. Propositadamente adaptado para o nome de salgueiro — que em romeno se traduz por "salcie" — por ser este o nome da aldeia dos meus pais.

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